sábado, 8 de outubro de 2022

Todas as famílias da Terra

Grandes foram as civilizações da Mesopotâmia: Suméria, Acádia, Assíria, Babilônia; imortais, os seus nomes: Gilgamés, Sargão, Hamurábi, Assurbanípal, Senaqueribe, Nabucodonosor. Na Anatólia, os poderosos Hititas faziam sombra à nascente e primitiva nação grega.
 
Ao sul, o Egito era a glória da humanidade: a grande esfinge e as grandes pirâmides já tinham mais de meio milênio de existência; Menés, Quéops, Set, Ramsés, Aquenáton, Hatsepshut, Tutancâmon... Quantos mais tornaram ou tornariam seus nomes tão indestrutíveis quanto a rocha em que cada um se fez gravar?
 
A civilização elamita, a resplendente cultura do Vale do Indo, a majestosa frota mercante de Creta, o mundo já era vasto. No entanto...
 
Enquanto tudo isso, uma obscura família deixava Ur, cidade mesopotâmica que era a Nova Iorque, a Xangai, a Paris da época. Eram uns poucos pastores, nômades, desgarrados voluntários daquele mundo enorme. Entre eles, Abrão. Mais de mil quilômetros adiante,  contornando o sinistro deserto da Arábia, aguardava-o um fiapo de terra espremido entre a areia, o mar e os mais poderosos impérios de seu tempo. Um Deus desconhecido de todos prometera-lhe uma herança nessa terra. A promessa, de fato, destinava-se a sua descendência. Até o fim da vida, ele não seria mais que mais um errante naquela terra que ele sequer conhecia.
 
O que diz a Epopeia de Gilgamés sobre Abrão? Nada. Quantos versos trazem seu nome no Livro dos Mortos? Nenhum. Ele não legislou o Código de Hamurábi. Não conquistou nenhum reino, não ergueu nenhum império. Sua única participação em algum combate foi no comando de poucas centenas de guerreiros-pastores numa missão de resgate ao seu sobrinho, raptado por uma confederação de reis-salteadores. Ele não era ninguém. E no entanto...
 
No entanto, o Eterno, invisível ao mundo, hospedava-se na tenda dele, ele que não tinha de seu um pedaço de terra que lhe coubesse um pé. O Onisciente lhe contava segredos, escutava sua opinião, atendia-lhe os pedidos. E lhe fazia promessas.

Farei de você uma grande nação, o abençoarei e o tornarei famoso, e você será uma bênção para outros. Abençoarei os que o abençoarem e amaldiçoarei os que o amaldiçoarem. Por meio de você, todas as famílias da terra serão abençoadas. - Gênesis 12,2-3

Todas as famílias da Terra. As centenas de milhões de hebreus, israelitas, judeus que já andaram e andam neste mundo. Bilhões sem conta dos descendentes de Ismael. Tantos ou mais bilhões que são, em Cristo, filhos da fé que germinou de Abraão, nome ainda maior com que lhe agraciou o Altíssimo. Mas essas ainda não são todas as famílias da Terra. Incontáveis bilhões mais não souberam ou não sabem que Eu Sou pensava neles quando fez essa promessa: hindus, budistas, taoístas, xintoístas, animistas, deístas e ateus são abençoadas todos os dias pelo Pai que generosamente faz erguer-se o sol e descer a chuva sobre justos e injustos.
 
O nome de Abraão sobreviveu aos zigurates sumérios e babilônicos, desfeitos em lama ao longo dos milênios. As pirâmides terão virado pó antes que o nome de Abraão desvaneça da memória dos homens. Mil anos depois de Abraão, a Ilíada contava outra história imortal. Mas a imagem do velho patriarca empunhando o cutelo sobre Isaac, o filho amado mais que a vida, empalidece a coragem de Aquiles, reduz a mera sombra o senso de dever e a fidelidade de Heitor.
 
"Que nas eras vindouras os homens digam que eu vivi nos dias de Heitor e de Aquiles", teria dito Odisseu. Que a eternidade diga que eu sou filho de Abrão, Grande Pai. Que meu nome conste da lista infindável da abençoada descendência de Abraão, Pai de Uma Multidão.

domingo, 22 de maio de 2022

Completar a corrida — Carruagens de Fogo

 

Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé. — 2 Timóteo 4:7

 

"Cada um corre do seu jeito. E de onde vem o poder para chegar ao fim da corrida? Vem de dentro. Jesus disse: 'Eis que o Reino de Deus está dentro de vós. Se de todo o vosso coração me buscardes verdadeiramente, certamente me encontrareis.' Se você se comprometer com o amor de Cristo, então você correrá com retidão." — Eric Liddell

RIP Vangelis.



sexta-feira, 20 de maio de 2022

"Deus primeiro que o rei!" — Carruagens de Fogo

O filme Carruagens de Fogo conta a história de dois heróis britânicos: Harold Abrahams, judeu para quem correr era o meio de se afirmar numa Inglaterra onde o antissemitismo ainda prevalecia; e Eric Liddell, missionário e atleta escocês para quem correr era um modo de glorificar a Deus.

O nome do filme inspira-se num poema que faz alusão a 2 Reis 2:11 e, especialmente, a 2 Reis 6:17:

 

Então Eliseu orou: "Ó Senhor, abre os olhos dele, para que veja". O Senhor abriu os olhos do servo, e ele viu as colinas ao redor de Eliseu cheias de cavalos e carruagens de fogo.

 

A história em si é magnífica, mas é impossível acreditar que ela seria tão superlativa se não contasse com a inigualável trilha sonora composta por Vangelis, aliás também vencedora do Oscar® em sua categoria.

Quem viu não esquece. Quem ouviu, menos ainda.

RIP Vangelis.




sábado, 26 de fevereiro de 2022

Meia dúzia de homens bons

 

Men full of compassion, who laugh and love and cry
Men who'll face eternity and aren't afraid to die
Men who'll fight for freedom and honor once again
He just needs a few good men.

 

Em junho de 2005, Marcus Luttrell e mais três colegas das forças especiais dos Estados Unidos estavam numa montanha do Afeganistão, tentando confirmar a presença de um líder talibã numa aldeia logo abaixo, quando foram descobertos por três pastores de cabras. O que fazer? Matar três pessoas inocentes era errado, mas, se aqueles pastores ficassem vivos, poderiam denunciá-los ao Talibã. Os soldados preferiram arriscar fazendo a coisa certa, poupando a vida de três prováveis inocentes. Erraram.

Os pastores os denunciaram, como eles temiam, e logo os quatro estavam cercados de inimigos implacáveis. A base de operações, do outro lado da montanha, no Paquistão, estava então sem helicópteros de combate. Os colegas de Marcus Luttrell e sua equipe partiram da base em dois helicópteros de resgate, numa tentativa desesperada de salvar os companheiros. Incapazes de se defender, as duas naves sofreram pesado ataque dos talibãs. Uma foi abatida, matando seus 16 tripulantes; a outra teve de retornar à base para não ter o mesmo fim. No combate, os três companheiros de Luttrell morreram. Luttrell conseguiu fugir.

Perseguido pelo Talibã e às portas de uma morte certa, Luttrell foi encontrado e acolhido pelo morador de outra aldeia. Mais tarde, os aldeões preferiram confrontar o Talibã a faltar com seu dever sagrado de proteger um estrangeiro abrigado sob o teto deles. Um ancião atravessou um vale entre as montanhas para informar a situação aos americanos. Luttrell foi finalmente resgatado. Até hoje, ele e o aldeão que o salvou são amigos.

Não, eu não espero que trezentos bravos liderados por Gideão derrotem o poderio nuclear da Rússia de Putin. Mas enquanto houver no mundo homens como os que arriscaram a vida — e os que a perderam! — para resgatar amigos em apuros; enquanto houver homens como Mohammad Gulab (o aldeão que salvou Luttrell); enquanto houver homens como o próprio Luttrell e sua ínfima equipe, capazes de arriscar a própria vida para fazer o que é certo, abstendo-se de cometer grave injustiça contra um possível inimigo, o Bem manterá firme seus pés sobre a Terra. Deus só precisa de uma meia dúzia de homens bons.

A maior necessidade do mundo é a de homens — homens que se não comprem nem se vendam; homens que, no íntimo da alma, sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exato; homens cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é reto, ainda que caiam os céus. — Ellen G. White



PS: Os homens de uniforme homenageados no vídeo acima são bombeiros nova-iorquinos que salvaram inúmeras vidas nos atentados de 11 de setembro de 2001.

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Histórias da gente Brasileira: Império - Volume 2

Assim como o primeiro volume, trata-se de um livro indispensável. Leitura agradável, curiosa, surpreendente, às vezes até engraçada.

Mas uma coisa me incomodou muito: a pontuação. O livro inteiro é recheado de vírgulas mal colocadas. Não são casos isolados, todos os capítulos apresentam essa falha, em geral, mais de uma vez.

Dadas as credenciais da autora, não sei como isso é possível. Mary del Priore já publicou 45 livros, donde suponho que ela escreve muito, e talvez com pressa, e talvez lhe fizesse bem contar com a assistência de um(a) revisor(a). Se não ela pessoalmente, ao menos a editora deveria prover tal revisão.

Uma pessoa me comentou: "Mas ela não é professora de Português". Não importa. Muita gente já leu, está lendo e muitas mais ainda vão ler os livros da autora. Um livro coalhado de erros gramaticais (ainda que limitados ao uso equivocado da vírgula) é um desserviço aos leitores, principalmente aos mais jovens, cujo aprendizado da língua se dá, e assim se espera que seja, mais pela imitação do que pela memorização de regras da gramática.

Não me entendam mal. A obra de Mary del Priore é um portento, não pode ser desprezada nem subestimada. Cá com meus botões, imagino outra explicação, além do volume e da possível pressa, pra esses erros: em seu trabalho de pesquisa, ela lê muitos textos das épocas colonial e imperial do Brasil. Documentos, testamentos, autos processuais e quejandos. Quem já se debruçou sobre textos dessa natureza sabe que eles costumam ficar bem abaixo do padrão literário e das exigências da norma culta. Ainda mais que se trata de uma época em que muitos dos autores de tais textos tinham acesso a uma educação bastante deficiente. Pra piorar, a própria norma culta foi mudando com o tempo, e textos que, há um ou dois séculos, eram impecáveis estão hoje em frontal desacordo com a gramática moderna. Talvez - apenas talvez - Mary del Priore escreva numa gramática contaminada pela dos textos sobre os quais ela passa tanto tempo debruçada. Não que isso desmereça seu trabalho. Apenas reforça a necessidade de revisão.

No mais, aproveitem o livro. Ninguém vai se arrepender dessa leitura.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Rivers of Babylon – Um anseio de liberdade

 

Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião.
Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas;
ali os nossos captores pediam-nos canções, os nossos opressores exigiam canções alegres, dizendo: “Cantem para nós uma das canções de Sião!”
Como poderíamos cantar as canções do Senhor numa terra estrangeira?
Salmo 137:1-4



Esta é a história de uma descoberta. A descoberta de uma canção. Uma descoberta bastante gradual, surpreendente e, afinal, gratificante. Mais. Gratificante é pouco. Ouso dizer, porque é verdade, tocante. Ao menos pra mim.

Tudo começou quando o Spotify me trouxe uma música que eu não ouvia desde a minha infância e de cuja existência eu nem lembrava mais: Rios da Babilônia, interpretada por Perla.



Grata surpresa, pois se trata de linda música, que entrou imediatamente pra meu acervo de músicas “curtidas”. Puxada por ela, não demorou muito pra que eu me deparasse com sua original: Rivers of Babylon, interpretada pelo grupo Boney M.



Ocorre que eu ouvia essa música em inglês imaginando ouvir o que Perla dizia em sua versão. Não tenho ouvido muito bom, então não entendo o que ouço em inglês a menos que me concentre, e olhe lá. E a verdade é que eu só tinha a oportunidade de ouvir essa música enquanto dirigia, quando era impossível dedicar a qualquer letra a devida atenção. Eu me limitava a pensar: como uma letra tão breguinha pode estar embalada numa música tão linda? Até que me deparei, por acaso, com um vídeo que revelava: essa música, que fez tanta gente dançar quarenta anos atrás, tem a letra extraída de dois salmos da Bíblia! Quando eu fui conferir, tomei um choque! Por que um grupo de estética tão discotheque cantaria um salmo? Conferindo o primeiro salmo citado na letra, a coisa toda tomou outra dimensão pra mim. Mas explicar isso requer um pouco de História.

No continente americano, os negros nunca tiveram muita dificuldade em galgar posições no mundo artístico, ao menos quando a arte em questão é a música. Negro spiritual, gospel, blues, jazz, rock, reggae, samba. A lista é longa. Mas essa aceitação de arte e de artistas negros nada tem a ver com atribuir aos negros, enquanto pessoas, o status de igualdade em relação ao seu público, majoritariamente branco. É que a profissão de artista carrega, desde muitos séculos antes de nós, a marca da subalternidade. Quando separada de suas funções sagradas, ligadas ao culto – pagão ou cristão, tanto faz – a arte sempre esteve a serviço de uma aristocracia opulenta. Músicos, pintores, escultores, arquitetos, não eram artistas no sentido moderno que damos à palavra. Eram serviçais. Estavam mais para artesãos, trabalhando sempre para atender à demanda e ao gosto do nobre que os sustentava, ou que lhes encomendava algum serviço avulso. Na música, especificamente, Beethoven foi o primeiro grande compositor a romper com esse modelo. Ele foi um dos primeiros artistas, isto é, uma pessoa dedicada a usar a arte como meio de expressão pessoal, e a assumir os riscos de se sustentar por conta própria, expondo-se à possibilidade de ver sua arte rejeitada pelo público, cujo gosto poderia destoar do seu.

Ocorre que essa independência artística sempre foi privilégio de poucos. O próprio Beethoven pagou um alto preço – em pobreza e ostracismo – por ela. Nos séculos 19 e 20, os artistas continuaram a ser vistos como serviçais, não mais da nobreza, mas da nova elite, a burguesia. E isso valia, mais que tudo, para os artistas ligados ao entretenimento: músicos, atores e dançarinos. Não era vergonha nenhuma contratar uma banda para animar sua festa, ou uma trupe de atores, ou vê-los atuar no teatro, no cinema, ou ouvir cantores e instrumentistas no rádio ou na vitrola. Mas pessoas “de família” evitavam essas profissões. Isso era coisa pra gente “da vida” ou, na melhor hipótese, para subalternos.

É aqui que nossa canção entra. Ela trata da servidão a que os judeus estavam submetidos em seu exílio na Babilônia. Mas é dos judeus que os intérpretes estão falando? Não parece. Não quando vemos quem são os intérpretes, e como eles se expressam. No vídeo abaixo, chama a atenção a falta de sorriso no semblante da principal vocalista. Na verdade, ninguém sorri. Não é uma música alegre. É um lamento. E uma denúncia. Nós vemos aqui pessoas negras, que tomam para si as dores que outro povo viveu há dois milênios e meio. Em vez do Eufrates ou do Tigre, os famosos rios da Babilônia, poderíamos estar ouvindo falar do Mississípi. Do Missouri, do Rio Grande, do Hudson. Poderia ser o Amazonas, o São Francisco, o rio Paraná, o Tietê, o Paraíba do Sul. Todos os rios em cujas margens tantos milhões trazidos da África já se sentaram e choraram a saudade de sua terra natal, a dureza e a crueldade de seu cativeiro. E de seus captores. Sim, seus captores cristãos, que mais que todos deveriam entender a enormidade do seu crime. Mas não. Seus captores, sem se dar conta de que, nas palavras de seu mais precioso livro, os “homens perversos” agora são eles, pedem que seus cativos cantem pra eles, toquem pra eles, dancem pra eles. “Vocês são bons de ritmo; continuem, nós apreciamos muito sua arte. Mas não ousem, claro, julgar-se iguais a nós”. Primeiro como escravos, depois como serviçais contratados sob demanda, ou mesmo como artistas de sucesso – afinal, cumpriam bem sua função de entreter – a história da música negra na América (toda ela) bem que poderia em grande parte ser resumida desse modo.

Claro que essa é uma interpretação minha. Mas eu passei por uma curiosidade adicional. Mostrei o vídeo e a letra pra minha filha. Do alto de seus meros oito anos, então, ela me disse: “Eles estão falando da escravidão que viveram aqui, depois de capturados na África. Estão falando do que nós fizemos a eles. Embora o exílio babilônico seja assunto corrente em qualquer escola dominical ou sabatina, não passou pela cabeça de minha filha que aquelas pessoas negras estivessem cantando outra coisa que não suas próprias dores, sofridas sob o jugo da escravidão ou da discriminação.

Uma pesquisa posterior me revelou que essa canção tem origem ainda mais antiga que seu estrondoso sucesso com o grupo Boney M. em 1978. Trata-se de uma composição rastafári jamaicana, o que explica ainda melhor sua vinculação aos temas bíblicos, e é de 1970. Ainda assim, minha leitura, acho, não se invalida. Afinal, essa é a beleza da arte: ela se presta a múltiplas intenções, expressões e impressões. A minha impressão tornou essa canção muito valiosa e, como eu já disse, muito tocante pra mim. E hoje, 12 de maio, véspera da Abolição, tema que me é muito caro, inclusive pela negligência a que a data tem sido relegada em nosso Brasil sem memória histórica, sinto-me ainda mais movido a partilhar o sentido e a beleza que os rios da Babilônia agora me inspiram.

Por amor à brevidade, despeço-me com as palavras do outro salmo citado na canção. Que elas nos mantenham vigilantes, e nos guardem, para sempre, de assumir o papel de perversos opressores de nossos irmãos.

As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, Senhor, rocha minha e redentor meu! Salmo 19:14 

 

segunda-feira, 11 de maio de 2020

O Capitão América e a França

Os SupremosOs Supremos by Mark Millar
My rating: 5 of 5 stars



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Corria o ano de 2004. O presidente americano era George W. Bush, que invadira o Iraque havia um ano, para desgosto do mundo e a reprovação mordaz dos franceses. Fiel à sua tradição de ambientar suas histórias no mundo "real", a Marvel incluiu Bush nas páginas de Os Supremos (uma espécie de Vingadores com upgrade). Participação breve, mas relevante. A certa altura, o Capitão América, líder e símbolo maior da equipe, diz algo que assombraria o mundo, dentro e fora das páginas da HQ. Não posso garantir, tantos anos faz, mas acho que bolei de rir. Fui mais um de milhões. Os franceses, mesmo os fãs da Marvel, e dos Supremos em particular, não ficaram muito contentes.


Inferno: O mundo em guerra 1939-1945Inferno: O mundo em guerra 1939-1945 by Max Hastings



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Corta pra 2020. Lendo o livro espetacular de Max Hastings, que você vê aqui ao lado, chego ao fim do terceiro capítulo, que narra a queda da França. Descido o pano desse misto de tragédia e farsa, um pensamento me persegue sem trégua, compelindo-me a compartilhá-lo: o arroubo verbal de Steve Rogers, coberto de sangue como estava, era o desafogo, adiado por sessenta e quatro anos, de um homem também coberto de razão.


Destaque

Todas as famílias da Terra

Grandes foram as civilizações da Mesopotâmia: Suméria, Acádia, Assíria, Babilônia; imortais, os seus nomes: Gilgamés, Sargão, Hamurábi, Assu...