Jesus: A Biografia by Jean-Christian Petitfils
My rating: 5 of 5 stars
O livro me surpreendeu logo de cara. Trata-se de um estudo profundamente erudito acerca do Jesus histórico, mas, inesperadamente pra mim, escrito por um homem que crê no Jesus teológico.
Concluída a leitura, minha surpresa inicial transformou-se quase em gratidão. O autor foi capaz de defender com enorme competência a historicidade dos evangelhos, especialmente o de João (mais uma surpresa!), dissipando a pesada bruma de lenda e mito que nos últimos séculos as mentes mais céticas fizeram baixar sobre essas narrativas, a ponto de tornar razoável duvidar até da mera existência de Jesus.
O historiador ainda se atreve a demonstrar que, dentre tantas relíquias supostamente ligadas a Jesus, três merecem o selo de autenticidade: o sudário de Turim (o Santo Sudário), o sudário de Oviedo e a túnica de Argenteuil. A crer no escritor, cristão nenhum precisa temer pela realidade material e histórica do Cristo, da qual há evidência concreta, visível, passível de estudo e capaz de resistir às análises mais rigorosas. Um tesouro para o estudante de história; um alento à fé.
Por falar em fé, se a sua depende de crer na infalibilidade textual dos evangelhos, ou da Bíblia inteira, fique longe de um livro como este: o historiador não hesita em apontar falhas e contradições, internas e externas, do texto sagrado. Internas, as que fazem um evangelista desmentir outro; externas as que são desmentidas pela história. Quem entende bem o conceito de inspiração sabe que isso é mais que natural. Da minha parte, tais ressalvas apenas tornam mais críveis tanto este livro quanto os próprio evangelhos.
Minha única queixa: a tradução. A Benvirá precisa fazer um cuidadoso trabalho de revisão para reimpressões e edições futuras se não quiser comprometer a credibilidade de uma obra tão valiosa e da própria editora.
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Blog destinado a qualquer assunto que possa despertar o interesse de mentes curiosas, tendo Pedro Abelardo (1079 a 1142 d.C.) como patrono e inspirador. Ah, e dedicado a Heloísa, claro.
sábado, 17 de setembro de 2016
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