Jeito de matar lagartas by Antonio Carlos Viana
My rating: 5 of 5 stars
Nunca fui muito fã de contos. A natureza low profile dessa forma literária sempre me fez recear ter de ler histórias rasas e insípidas. Por isso fujo deles. Por medo. Não fugi destes. E como valeu a pena! Li o livro em duas sentadas, não por pressa, mas pelo enorme prazer de imergir nos tipos humanos mais variados e, ainda assim, feitos tão familiares pela prosa concisa, cotidiana, coloquial e, ao mesmo tempo, impecável do autor. Faço esta última observação porque, estando sempre a ler livros ou textos jornalísticos "sérios", desespera-me ver traduções pavorosas, erros de concordância, conjugações mancas e outros defeitos que não deveriam provir das mãos de profissionais da palavra. Antonio Carlos Viana acerta até quando reproduz à perfeição os deslizes da linguagem falada. Um alívio, ainda mais vindo de um quase conterrâneo.
Mas não se engane: não é a gramática que faz deste um livro especial. É a imaginação poderosa do autor, que possibilita ao leitor viver tão intensamente tantas vidas em tão poucas páginas. Senti-me mais humano durante cada uma das histórias. Uma sensação quase esquecida, tão longe vai o tempo em que me permitia esse sair de mim mesmo pra sentir e ver o mundo pelos olhos de outros.
Obrigado, Antonio.
Obrigado, Aglacy.
View all my reviews
Blog destinado a qualquer assunto que possa despertar o interesse de mentes curiosas, tendo Pedro Abelardo (1079 a 1142 d.C.) como patrono e inspirador. Ah, e dedicado a Heloísa, claro.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
sábado, 8 de outubro de 2016
Review: Éramos Seis
Éramos Seis by Maria José Dupré
My rating: 3 of 5 stars
À primeira vista, parece um livro menor. Não é. Premiado pela Academia Brasileira de Letras, conta uma história de início quase bucólica, de uma São Paulo que já foi bem mais acolhedora. Mas o "Éramos" do título não deixa dúvidas: a vida não será sempre tranquila pra essa família sobre a qual se abatem as agruras que afligem indiscriminadamente os seres humanos, mesmo os que menos merecem.
View all my reviews
My rating: 3 of 5 stars
À primeira vista, parece um livro menor. Não é. Premiado pela Academia Brasileira de Letras, conta uma história de início quase bucólica, de uma São Paulo que já foi bem mais acolhedora. Mas o "Éramos" do título não deixa dúvidas: a vida não será sempre tranquila pra essa família sobre a qual se abatem as agruras que afligem indiscriminadamente os seres humanos, mesmo os que menos merecem.
View all my reviews
domingo, 2 de outubro de 2016
Review: Como Jesus se tornou Deus
Como Jesus se tornou Deus by Bart D. Ehrman
My rating: 5 of 5 stars
Pra alguém que ama História como eu, este é um livro difícil de largar. Seus relatos vívidos, seus comentários sagazes, suas expressões hilárias (como assim, "a ascensão física de um corpo real ossudo e comedor de peixe"?!), sua fartura de citações contemporâneas aos fatos discutidos, tudo contribui para tornar prazerosa sua leitura.
Ao contrário de "Jesus: A Biografia" (http://abelardicas.blogspot.com.br/20...), esta é obra de um descrente. Como tal, pode doer nas almas mais sensíveis, que não admitem nenhuma insinuação de que Jesus seja qualquer outra coisa senão Deus em sua plenitude. Mas é um livro respeitoso. Claro, fundamentalistas consideram respeitoso apenas o que reforça suas crenças. Estes se sentirão desrespeitados. Não é o meu caso.
Não quero entregar o conteúdo, mas preciso pontuar um aspecto que me saltou aos olhos. A vastíssima maioria do cristianismo atual abraça e defende a doutrina da Trindade, considerando-a ponto central e inegociável de sua fé. Mas, é claro, sempre houve e sempre haverá os que acreditam diferente, por achar que tal doutrina corrompe e afronta o monoteísmo, roubando de Deus a singularidade de sua glória. Longe de mim dizer quem tem razão. No entanto, ler de um não cristão como a crença na deidade plena de Jesus se desenvolveu ao longo do tempo reforçou em mim uma convicção antiga: a alternativa seria rasgar as Escrituras.
View all my reviews
My rating: 5 of 5 stars
Pra alguém que ama História como eu, este é um livro difícil de largar. Seus relatos vívidos, seus comentários sagazes, suas expressões hilárias (como assim, "a ascensão física de um corpo real ossudo e comedor de peixe"?!), sua fartura de citações contemporâneas aos fatos discutidos, tudo contribui para tornar prazerosa sua leitura.
Ao contrário de "Jesus: A Biografia" (http://abelardicas.blogspot.com.br/20...), esta é obra de um descrente. Como tal, pode doer nas almas mais sensíveis, que não admitem nenhuma insinuação de que Jesus seja qualquer outra coisa senão Deus em sua plenitude. Mas é um livro respeitoso. Claro, fundamentalistas consideram respeitoso apenas o que reforça suas crenças. Estes se sentirão desrespeitados. Não é o meu caso.
Não quero entregar o conteúdo, mas preciso pontuar um aspecto que me saltou aos olhos. A vastíssima maioria do cristianismo atual abraça e defende a doutrina da Trindade, considerando-a ponto central e inegociável de sua fé. Mas, é claro, sempre houve e sempre haverá os que acreditam diferente, por achar que tal doutrina corrompe e afronta o monoteísmo, roubando de Deus a singularidade de sua glória. Longe de mim dizer quem tem razão. No entanto, ler de um não cristão como a crença na deidade plena de Jesus se desenvolveu ao longo do tempo reforçou em mim uma convicção antiga: a alternativa seria rasgar as Escrituras.
View all my reviews
Assinar:
Postagens (Atom)
Destaque
Todas as famílias da Terra
Grandes foram as civilizações da Mesopotâmia: Suméria, Acádia, Assíria, Babilônia; imortais, os seus nomes: Gilgamés, Sargão, Hamurábi, Assu...
-
Junto aos rios da Babilônia nós nos sentamos e choramos com saudade de Sião. Ali, nos salgueiros penduramos as nossas harpas; ali os nos...
-
Grandes foram as civilizações da Mesopotâmia: Suméria, Acádia, Assíria, Babilônia; imortais, os seus nomes: Gilgamés, Sargão, Hamurábi, Assu...
-
Eis um assunto tão problemático que nem sei se devia abordá-lo. Não porque eu tenha medo dele ou o ache tabu, mas por dois motivos: é muito...